O dilema de uma loja que sumiu do Google, só para alguns.
Em março deste ano, o time de marketing de uma rede de clínicas odontológicas no interior de São Paulo viveu um mistério.
A página da unidade em Sorocaba, que antes aparecia entre os primeiros resultados do Google, simplesmente desapareceu.
Mas só para quem buscava de outras cidades.
Para quem estava em Sorocaba, tudo normal.
O que parecia ser um bug era, na verdade, o novo comportamento do Google em ação.
A geolocalização passou a influenciar o ranqueamento com mais força do que nunca. E poucos profissionais estavam preparados para isso.
A era do “GEO first”: o Google mudou as regras do SEO
A Search Engine Land revelou uma tendência que está reescrevendo os fundamentos do SEO: o fator local está suprimindo até mesmo o melhor conteúdo técnico em muitas buscas.
Tradução:
Mesmo que seu conteúdo esteja otimizado, com backlinks e boa estrutura, ele pode não aparecer , simplesmente porque o usuário está em outra cidade.
Esse comportamento afeta principalmente buscas com intenção comercial (ex: “advogado trabalhista”, “dentista perto de mim”, “crossfit no centro”).
E mais: o Google nem sempre avisa quando o fator local está priorizando outros sites no seu lugar.
O que está por trás dessa mudança invisível
O algoritmo do Google sempre levou em conta a localização. Mas, segundo especialistas como Barry Schwartz, hoje o peso da geolocalização aumentou consideravelmente, principalmente com o avanço da busca por dispositivos móveis e comandos de voz.
Além disso, a IA generativa usada pelo Google na Search Generative Experience (SGE) começa a personalizar resultados com base não só em localização, mas em contexto.
O resultado?
Dois usuários digitando exatamente a mesma coisa verão SERPs diferentes.
Quem ganha e quem perde com a geolocalização?
Quem sai ganhando:
- Negócios locais com presença física e bem otimizados no Google Meu Negócio;
- Sites com estrutura de landing pages segmentadas por cidade ou região;
- Marcas que investem em reputação local (avaliações, backlinks regionais, presença em portais locais).
Quem sai perdendo:
- Portais de conteúdo nacional tentando ranquear em buscas com forte intenção local;
- Marcas com uma única página genérica para todo o Brasil;
- Negócios digitais que ignoram o componente local da experiência de busca.
Um exemplo do varejo que dominou o SEO local
A Óticas Carol, rede presente em centenas de cidades, investiu em páginas locais personalizadas por unidade.
Cada página traz:
- Endereço, telefone e horário;
- Avaliações da loja específica;
- Depoimentos locais;
- Palavras-chave relacionadas à região.
Com isso, consegue ranquear em buscas hiperlocais como “óculos de grau no centro de Joinville”.
Um SEO de precisão cirúrgica , que vence o jogo da geolocalização.
O impacto disso no seu tráfego orgânico
Se o seu relatório de SEO mostra uma queda em posições “sem explicação”, pode ser que seu conteúdo esteja sendo ofuscado por páginas mais próximas geograficamente do usuário.
Não é que você perdeu autoridade.
Você perdeu relevância local , o que, para o Google, pode ser mais importante dependendo da busca.
É hora de adicionar uma camada “geo” à sua estratégia de conteúdo.
Ou você vai continuar invisível fora do seu CEP.
Como adaptar sua estratégia de SEO à nova realidade geolocalizada
Ajustes que você pode (e deve) fazer:
- Crie páginas locais: tenha conteúdo dedicado para cada cidade ou região onde atua;
- Otimize seu Google Business Profile: mantenha informações atualizadas e incentive avaliações;
- Use dados estruturados locais: schema markup para endereço, localização e telefone;
- Consiga backlinks locais: parcerias com portais da região aumentam sua autoridade local;
- Analise a SERP de diferentes cidades: use VPN ou ferramentas como o Local Falcon para entender variações.
O que o Google ainda não está te mostrando
Você pode estar se iludindo ao ver sua posição “média” no Search Console.
Essa métrica não revela onde você aparece de fato para o usuário real, com GPS ligado e mobile em mãos.
O impacto da geolocalização é silencioso, mas devastador.
Está minando o tráfego de muitos sites , sem que eles percebam.
Quem entende isso primeiro, leva vantagem.
Uma sugestão para você
O SEO não morreu. Ele apenas ficou mais localizado.
Agora, o conteúdo precisa ser bom e próximo. Relevante e presente. Técnico e territorial.
Ignorar a geolocalização é como investir pesado em um outdoor… instalado em outra cidade.
Se a sua estratégia ainda é genérica, está na hora de colocar o pé no chão.
E o Google quer saber: onde exatamente?
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Artigo por Denis Strum, Diretor de Marketing.
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